Encarei a moça e confessei minha dieta. Não neguei nada, até mesmo o caso do leite condensado duplo foi escancarado. Tinha que ser assim.
Pergunta dali, pergunta daqui, mede dali, mede daqui, pesa.
Saí da primeira consulta com uma recomendação simples: tentar mudar meu estilo de comer, porque eu já tinha tomado consciência do que fazia de errado.
Minha primeira atitude foi vasculhar a casa e tirar de vista todo e qualquer alimento tentador. Doei o pote de sorvete, a caixa de bombom, o torresmo.
Coloquei no lugar muita fruta, verdura e legume.
Continuei caminhando cerca de 30 minutos, todos os dias, ainda com dor na bacia e morrendo de medo de morrer (ahhhhhh! nova pausa dramática!)
Quando voltei na nutricionista, depois de uma semana dessa nova vida, tinha perdido 2 kg!
Fiquei animadona, cara!
E aí comecei a seguir, rigorosamente, a dieta feita pela doutora.
Não vou ficar transcrevendo aqui o regime, porque é chato pacas escrever e ler esse tipo de coisa (1 colher de sopa disso, 1/2 xic. daquilo...afff !!!), mas, se alguém se interessar posso mandar por e-mail.
Em resumo, as regras eram claras, Arnaldo:
1. comer com intervalos máximos de 3 horas.
2. beber pelo menos 4 litros de água.
3. trocar a porcaria toda por coisa saudável
4. reduzir quantidades
5. continuar caminhando
A coisa foi fluindo, porque achei fácil seguir. Taí uma sacada e tanto da nutricionista. Ela não tentou incluir no cardápio, pelo menos nos dois primeiros meses, coisas que eu não tinha o hábito de comer. Trocou o pão francês inteiro com salame e queijo prato, por meio pão sem miolo com peito de peru e uma fatia de mussarela, entenderam? Como não estava acostumada, não me entupiu de chia, amaranto e soja, assim, de cara.
Se eu disser que passei fome durante o regime, minto. Esse negocinho de comer de 3 em 3 horas não deixa aquela fome monstra "se eu não comer muito agora aquele lanche com baicon eu vou morrer" aparecer.
E, acreditem, acelera o metabolismo, fazendo com que a perda de peso seja maior.
Até testei pra ver se isso era lenda urbana. Na semana em que apenas tomei café, almocei e jantei, perdi bem menos gramas.
O negócio pegou mesmo foi com a ausência de doce.
A doida aqui botou na cabeça que estava viciada em açúcar e que a única maneira de parar com isso era zerar a quantidade de doce por dois meses.
E aí, minha filha, foi pesado.
Me deu dor de cabeça de tanta vontade de comer pudim. Sonhava que tava tomando sorvete. Cheirava o brigadeiro da minha mãe.
Fui resistindo, dia após dia, bem no estilo "doçólatra anônima", até que passou...
Ao mesmo tempo mantive a rotina das caminhadas diárias.
Comecei com 30 minutos. Todo santo dia.
Fui aumentando até que no final do primeiro mês caminhava 60 minutos.
Não, isso não é mágico.
Cansava pra caramba! Tive vontade de mandar o tênis, os minutos, o mundo, às favas! Muitas e muitas vezes.
O prazer da atividade física não é instantâneo. Pelo menos comigo, sedentária nata, não foi.
Aconteceu devagar. Dependeu de muita engenharia, boa vontade de gente querida (pra ficar com as meninas, pra fazer o jantar, pra me fazer companhia durante a caminhada, pra suportar ficar sem chocolate em casa) e disciplina, que tirava, sei lá da onde!
Lembro de estar caminhando num final de tarde, vi que iria cair uma chuva daquelas, mas segui o caminho. Quando a água finalmente caiu, não apressei o passo.
Precisava daquele banho de vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário