terça-feira, 23 de outubro de 2012

Final: é isso!

1986, outubro
São Joaquim da Barra
Final do vôlei feminino nos jogos regionais

E a partida estava difícil. Bola lá, bola cá. Ponto pra gente, ponto pra elas.
No banco de reserva olhava para quadra e só via gigantes.
Meu coração batia tão forte.
Último set, 12 a 12.
"Vai, baixinha", disse o Sr. João Zancopé, nosso técnico, olhando pra mim.
Entrei na quadra tremendo. Saquei e ponto.
Saquei de novo. Novo ponto.
Saquei e errei.
Fui para o meio da quadra, levantei a bola prendendo a respiração e torcendo com todas as minhas forças, pra menina cortar e fazer o ponto final.
Acho que rezei tanto naquele momento que a bola parecia estar em câmera lenta. Quando ela finalmente caiu no chão, fiquei inerte, extasiada, perto da rede. Fui atropelada pelo abraço da amiga, do time inteiro, que se jogou no chão para comemorar.
Não me contive!
Que legal! Que legal!


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1989, dezembro
Sales Oliveira
Apresentação de final de ano da escola de dança

Pela primeira vez lá estava eu, na frente das meninas, protagonizando a coreografia.
As cortinas se abriram e eu só lembrava da Tia Beth dizendo "sorria, sempre".
A música começou.
Dança, ritmo, giro e saltos.
Deixei me levar pelo som, pela alegria de estar ali e pelos aplausos.
No final dei um salto e lembro de ter ficado alguns segundos no ar.
Quando acabou estava ofegante.
Procurei o olhar da minha mãe na platéia. Ela se levantou e pôs-se de pé para aplaudir.
O coração ficou pequeno e eu só consegui sorrir ainda mais.


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2012, 02 de junho
Ribeirão Preto
2a. Meia Maratona de Ribeirão Preto

Corre Marcos! Perdi a hora! Não dá tempo de tomar café da manhã. Esquece! Acorda se veste e me leva: assim começou o dia da minha primeira prova de rua.
Às 8:15 da manhã fui me enfiando no meio dos corredores até achar um lugar pra mim, ali, no meio da multidão.
A contagem regressiva começa. No cinco já senti meu coração batendo do peito, olha que pleonasmo.
Que energia era aquela!
E vamos lá!
A prova foi deliciosa. Percurso plano, pelo centro velho de Ribeirão, lugares que eu só tinha visto de dentro do carro, no trânsito infernal.
Nos últimos metros, olho pro relógio e confiro o tempo. Levanto a cabeça e avisto a chegada.
Entro nos últimos metros e encontro o olhar do Marcão.
Ele ri e torce, assim, com as mãos levantadas.
Chego a ver uma pontinha de emoção no rosto dele.
Atravesso a faixa e corro para abraça-lo. Cansada, emocionada e extremamente feliz.
Consegui!



FIM.

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