Essa história da quebradeira da Nina me trouxe algumas lições, daquelas que vão ficar prá vida toda.
A primeira: constatar que não é nada fácil ser pai e mãe. Sei lá, mas tirando aquele primeiro mês de vida, em que o bebê chora mesmo, achei bem fácil essa vida de mãe. Nina é uma criança bem tranquila. Quase não chora. Dorme (na maioria dos dias) bem. Come coisa nutritiva, ainda que como um passarinho. É alegre, simpática, falante. Gosta de dançar e já canta um monte e musiquinha. Enfim, dessas crianças que enchem os pais de uma alegria incomensurável a cada nova gracinha que faz.
Isso tudo é fácil.
Difícil mesmo foi vê-la chorar de dor e não poder fazer nada. Difícil está sendo ver ela fazer tudo com a mão direita, porque o lado esquerdo ainda dói. Difícil ver ela chorar ao se virar do lado esquerdo da cama. Mais difícil ainda é saber que, mesmo sendo responsáveis por ela, não conseguimos evitar que isso acontecesse. O nó na minha garganta ainda está latente.
Tudo bem, concordo que posso não ter sido culpada pelo acidente. Eles acontecem mesmo. Mas a culpa vai além disso. Sinto culpa por ter acreditado que ela poderia ficar, ainda que por alguns minutos, sem o meu olhar protetor de mãe.
Tinha me esquecido desse outro lado. Do lado "black" da coisa.
Nisso, o tombo até que ajudou. Me deixou mais alerta, mais atenta e me mostrou que não existe vida 100% cor de rosa. Às vezes é difícil mesmo. Outras mais fáceis, mas tranquilas. Viver é assim mesmo. (Tudo bem, Manoel Carlos, pode me chamar que eu aceito o cargo de roteirista da sua próxima novela...).
A segunda: unir, ainda mais, eu e Marcão. É nesses períodos "brabos" que se vê até onde nosso amor é capaz de ir. Sei que na hora do susto a gente fala bobeira, fica nervoso e até bate as portas. Isso tudo passa, é esquecido. O que fica é a lembrança daquele abraço de alívio por não ter acontecido nada de mais grave com a pequena e as juras de que, seja o que vier, enfrentaremos juntos. É bola no peito e gol ... é gol amor!
A terceira: perceber que ainda existe muita gente boa nesse mundo. Gente que, sem ao menos me conhecer, é capaz de deixar tantos recados lindos que confortaram o coração desta mãe que vos fala. Essas são vocês ( Paula, Rô (do Noah), Fer (Mamma Mini), Flávia (avassaladora), Fer (mãe do Pitos), Rê, Mari, Paloma, Lia, Fabíola, Pat, Letícia, Ara, Flávia (Astronauta), Rô (da Luisa e da Rafa, Nine e Dione).
Obrigada, obrigada, obrigada.
Vocês arrasaram, como sempre!
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9 comentários:
Adorei isso, porque, sem querer ser piegas, a gente aprende mesmo um monte de coisa com estes momentos mais difíceis 9da maternidade e da vida). Concordo com todas as lições, a número 2 é linda e a 3 é um conforto e tanto, né? Amo esta solidariedade entre mães.
Beijos
Agora fui eu quem ficou com um nó na garganta...
A minha pequena é exatamente como tu descreve a Nina, da um orgulho enorme ser mãe de uma baby tão querida. A Elisa nunca me deu nenhum trabalho e isso às vezes me faz pensar que ser mãe é fácil.Que ilusão!
Chego a sentir contigo a angústia de saber que não poderemos proteger sempre e que os riscos estão em todo lugar.
Dani, adorei o post e me identifiquei muito. No primeiro tombão da Laura ela cortou o nariz e eu fiquie me sentindo exatamente como você. Eu e o maridão brigamos enquanto iamos para o hospital, mas o abraço no final põe tudo de volta nos eixos.
Melhoras para a pequenininha. Põe ela para ver procurando Nemo. Ele tem uma nadadeira machucada e ainda assim faz um monte de estripolias.
Oi Dani! Obrigada pelo recadinho lá no blog! Com certeza vou me lembrar dele na próxima crise para me confortar, juntamente com o sonho da filha mutante, rsrsrs. Esse negócio de na hora do aperto a gente brigar, bater porta, falar coisas "infaláveis" acontece sempre, mas como vc disse, aquele abraço no final, põe tudo no lugar, né? Beijos para vc e melhoras para a pequena Nina!
Oi Dani,
Estive um pouco ausente e só agora vi seus posts sobre o acidente com a Nina.
Sinto muito querida!
Imagino a sua dor em vê-la assim. Acho que todas as mães sabem ou imaginam o que você está sentindo. Mas acredito que as crianças tem um grande poder de recuperação e a Nina logo logo vai estar brincando um monte por aí e nem vai lembrar disso. E você também! Quer dizer, lembrar você sempre vai, mas a sua dor vai passar.
Estou rezando para o tempo ser generoso e passar rápido para vocês.
Um beijo,
Paula
Imagino o desespero ao ver a pequena cair e se machucar, mas graças a Deus crianças se recuperam mais facilmente. Beijos pra vocês!
Dani,
Adorei o post.. concordo em tudo com o que vc falou...
Com destaque para esse mundo bloguístico! nossa, como me ajuda!! fica parecendo que não estamos sozinhas... e só mães para entender os nossos sentimentos, neuras e aflições, né?? :)
Eu que agradeço a oportunidade de partilhar o crescimento da Nina! é muito bom.. :)
Lindo post Dani. E que incrível é ter alguém do lado para atravessar os momentos mais difíceis. Não tem preço.
Melhoras rápidas para a Nina!!!
menina, e se eu disser que fiquei horas pensando na nina e disse pro maridão "acho que vou pedir o tel dela pra dar uma força"
hahahaha, esse mundo virtual é bem louco!
beijão e melhoras rápidas!
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