Também cresci vendo minha mãe desenvolver projetos educacionais para facilitar a vida da criançada. Uma vez, ela pegou um ovo, colocou em um incubadora (uma caixa, com luz e bem quentinha) só para as crianças acompanharem o nascimento do pintinho. Depois, eles viram esse pintinho crescer e virar galinha. Enquanto isso, aprendiam ciências, matemática, português - tudo assim, baseado no tal pintinho.
Ela era adorada pelos alunos e pelas mães deles. Até hoje, mais de 10 anos depois de se aposentar, recebe mimos de ex-alunos e telefonemas emocionados daqueles que estão se formando e fazem questão de que a sua primeira professora esteja lá, para testemunhar essa vitória.
Muitos deles ainda a chamam de "tia", mesmo já tendo filhos nos braços ou estando de casamento marcado. E ela se enche de orgulho ao perceber que tornou-se inesquecível na vida de certas pessoas.
Escrevi tudo isso, porque tenho percebido a alegria que a Nina tem quando vai prá escola.
Outro dia, meu carro quebrou em frente da escolinha e eu tive que ficar por lá, esperando o conserto. Enquanto esperarava, fiquei de longe observando seu comportamento.
Ela brinca, corre, sobe no escorregador, faz castelos na areia. Também pinta o coelho, faz esculturas sem sentido e abraça os coleguinhas. Morde um ou outro. E leva puxões de cabelo também. E toma suco e danone.
E volta prá casa com um sorriso enorme, que deixa a mamãe aqui toda emocionada, tanto quanto as mães dos alunos da minha mãe.
Assim, prá você não se esquecer, filha, segue aqui, um registro da sua primeira turma da escola. Das tias Nádia e Cláudia e dos seus amigos Miguel, Joel, Júlia, Tiago e Mariana.
Quem sabe um dia, filha, a gente ainda não vai convidá-los para sua formatura, né?!
Miguel, Joel, Tia Nádia, Júlia, Tiago, Nina, Tia Cláudia e Mariana