Quase meia noite de ontem, eu, insone, fuçando no instagram vejo um post da Giuliana Vaia (a mãe da Lulu Linda!) com a foto de duas bonecas: uma fantasma e outra voando. A legenda: medo delas! Comentei, ri e lembrei de uma historinha bem zédocaixão que me aconteceu outro dia.
E aí veio a vontade de contar. Não no face, não no insta. Mas aqui.
Entonces, senta, pega a pipoca, cruza os dedos e escuta!
"Noite tranquila. Inacreditavelmente, Alicinha dorme sem me chamar nenhuma vez. Aproveitando a calmaria, me jogo em sono profundo, daqueles que a gente até baba no travesseiro.
No auge do descanso, eis que escuto, vinda sei lá de onde, uma voz metálica de mulher dizendo: "cinco da manhã, hora de acordar."
Penso que é sonho, que é coisa da minha cabeça cansada.
Minutos depois, ela vem de novo: cinco e quinze da manhã, hora de acordar.
Dou um pulo na cama. Caramba. Tem mesmo uma voz falando comigo.
"Marcão, acorda. Tem uma coisa muito esquisita acontecendo, escuta".
Silêncio.
Nada de ninguém falar.
Levo um fumo do marido e tento dormir de novo.
Mas com um olho aberto. Pra ver de onde vinha aquilo.
"Cinco e meia da manhã, hora de acordar".
Ai Jesus!
Olho pro Marcão e ela tá lá, ferrado no sono.
Balanço a cabeça e tento pensar no caso: só pode ser algum brinquedo que tem a função despertador.
Corro pro quarto, abro as caixas e vejo o notebook da Barbie, mas cadê essa função despertador?
Mexo em todas as bonecas. Tem a que chora, a que ri, a que fala 20 frases. Mas nenhum que fala a hora.
Começo a achar que tô enlouquecendo mesmo. Ou que, realmente, tem alguém querendo falar comigo.
Volto pra cama. Coloco o travesseiro na cara e escuto: cinco e quarenta e cinco da manhã, hora de acordar.
Rezo, rezo, rezo.
Penso em todos os filmes de terror. Penso no Toy Story.
Até que pouco antes das seis, volto pro quarto de brinquedo, sento no meio dele, coloco todas as bonecas das meninas ao meu redor e escuto: seis da manhã, hora de acordar.
Mas quem é?
Nenhuma mexeu a boca. Nenhum gesto. Nada.
Começo a falar: gente, eu tô aqui. Se tem alguém querendo falar comigo, manda bala. Tô aqui. Amiga, vim pra ajudar. E.T., casa, telefone.
Espero mais uns dez minutos e nada.
Mas meia hora e nada.
Levanto brava. Bem na noite de alforria da Alice, o raio da boneca, ou sei lá quem, decide me acordar.
Acordo todo mundo, mando pra escola, vou trabalhar.
Meio dia encontro a babá, que é ligada nessas coisas sobrenaturais, conto a história e pergunto se ela lembra de alguma Barbie Despertadora de Mãe.
Ela ri copiosamente.
Possuída? Penso...
Então que ela conta que esqueceu o celular lá em casa e que a função despertador do aparelho é assim: manda a gente levantar as cinco da manhã, as cinco e quinze, cinco e meia, cinco e quarenta e cinco, seis, conversando, assim, com essa voz de mulher metalizada...
Sem palavras.
Só consigo dizer: pô Selma, bota uma musiquinha nesse troço filha..."
FIM.
PS: Saudade imensa de escrever. No caderninho de promessas pra 2014 taí uma coisa que quero fazer de novo. E muito.
PS: já contei uma vez isso aqui no blog, vi agora, de outro jeito... Mas resolvi deixar essa história de novo, pelo climinha terror do insta de ontem e pela vontade imensa de escrever aqui...
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
A geladeira azul
Queria lembrar mais da época que tinha 2 ou 3 anos de idade.
De vez em quando, alguns momentos surgem na minha cabeça e eu não sei ao certo se foram reais.
Minha mãe grávida, por exemplo. Eu vejo ela descendo uma escada, de vestido e cabelo longo, com uma mamadeira na mão. Acho que era um hotel, porque era um salão grande, com várias mesas.
Ela não lembra dessa cena. Mas diz que quando estava esperando minha irmã, fomos passar uns dias em Poços de Caldas.
Também me vem a cabeça, vez ou outra, a seguinte cena: eu, de calcinha, sentada num toco de árvore no chão. De repente, sinto uma picada, duas, três, dez. Choro e minha mãe me pega no colo e sai gritando que eu tinha sentado num formigueiro. Essa, dizem, foi real!
Mas o que não não sai da minha cabeça é a imagem da geladeira azul que tinha na casa da minha vó.
Lembro do dia que ela chegou. E do lugar que ela foi colocada, na cozinha de fora da casa, onde antes existia uma vermelha velhinha.
Sob a porta, a marca reluzente: Consul.
Quando cheguei perto admirei a imensidão do eletrodoméstico.
E isso era um problema, já que lá eram guardados todos os doces que ela fazia.
Para lá eram enviados o doce de leite branquinho e cremoso, o doce de abóbora, a goiabada, a bananada e o meu favorito desde sempre: o doce de mamão em calda.
Muitas vezes, lembro de ficar na espreita, esperando alguém abrir a porta da geladeira para atacar e roubar lascas finíssimas e transparentes do mamão cheirando a açúcar e cravo.
Ah...que cheiro era aquele!
Cheiro de casa de vó. De carinho e aconchego. De colo. De sorrisos ao me ver tentar escalar a geladeira azul.
De uma saudade imensa.
De vez em quando, alguns momentos surgem na minha cabeça e eu não sei ao certo se foram reais.
Minha mãe grávida, por exemplo. Eu vejo ela descendo uma escada, de vestido e cabelo longo, com uma mamadeira na mão. Acho que era um hotel, porque era um salão grande, com várias mesas.
Ela não lembra dessa cena. Mas diz que quando estava esperando minha irmã, fomos passar uns dias em Poços de Caldas.
Também me vem a cabeça, vez ou outra, a seguinte cena: eu, de calcinha, sentada num toco de árvore no chão. De repente, sinto uma picada, duas, três, dez. Choro e minha mãe me pega no colo e sai gritando que eu tinha sentado num formigueiro. Essa, dizem, foi real!
Mas o que não não sai da minha cabeça é a imagem da geladeira azul que tinha na casa da minha vó.
Lembro do dia que ela chegou. E do lugar que ela foi colocada, na cozinha de fora da casa, onde antes existia uma vermelha velhinha.
Sob a porta, a marca reluzente: Consul.
Quando cheguei perto admirei a imensidão do eletrodoméstico.
E isso era um problema, já que lá eram guardados todos os doces que ela fazia.
Para lá eram enviados o doce de leite branquinho e cremoso, o doce de abóbora, a goiabada, a bananada e o meu favorito desde sempre: o doce de mamão em calda.
Muitas vezes, lembro de ficar na espreita, esperando alguém abrir a porta da geladeira para atacar e roubar lascas finíssimas e transparentes do mamão cheirando a açúcar e cravo.
Ah...que cheiro era aquele!
Cheiro de casa de vó. De carinho e aconchego. De colo. De sorrisos ao me ver tentar escalar a geladeira azul.
De uma saudade imensa.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
UFC, versão lá em casa!
No dia em que acorda toda animada pra falar de treino, meia maratona e calos nos dedos dos pés, você não consegue pensar em mais nada a não ser no show que a filha menor deu na hora do almoço.
Com vocês, Alicinha, em seu mais novo espetáculo: Birra de UMA HORA E MEIA!
Choro, grito, pontapés, "sijogadas" no chão.
Iogurte voando na TV.
Puxão de cabelo na mãe.
Tapas no sofá.
Infindáveis "nãoooooos" e "ahhhhhhhs".
Rangido de dentes.
Não quis arroz, nem feijão, nem chocolate, nem leite, nem chupeta.
Não queria o colo, não queria a cama.
A água do banho quentinha, sempre bem-vinda nestas horas, só serviu para aumentar ainda mais o desespero.
Abracei, fiquei brava.
Conversei meiguinha, fui durona.
O pai tentou, a tia tentou, a irmã tentou.
Contorcionismo.
Olhou feio pra cachorra.
Mandou a galinha pintadinha pro canto.
Cansou devagarinho.
Depois quis brincar com massinha.
Nocaute!
Com vocês, Alicinha, em seu mais novo espetáculo: Birra de UMA HORA E MEIA!
Choro, grito, pontapés, "sijogadas" no chão.
Iogurte voando na TV.
Puxão de cabelo na mãe.
Tapas no sofá.
Infindáveis "nãoooooos" e "ahhhhhhhs".
Rangido de dentes.
Não quis arroz, nem feijão, nem chocolate, nem leite, nem chupeta.
Não queria o colo, não queria a cama.
A água do banho quentinha, sempre bem-vinda nestas horas, só serviu para aumentar ainda mais o desespero.
Abracei, fiquei brava.
Conversei meiguinha, fui durona.
O pai tentou, a tia tentou, a irmã tentou.
Contorcionismo.
Olhou feio pra cachorra.
Mandou a galinha pintadinha pro canto.
Cansou devagarinho.
Depois quis brincar com massinha.
Nocaute!
Vai ter de novo, filha?
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Vai Dani!
Como bem disse a dona Roberta (blogueira musa amada amiga mamatraca, que agora tem coluna no UOL, veja que coisa mais phina!), ao comentar meu último post, a maioria dos blogs "das antigas" vêm passando por essa mesma crise existencial.
Mudança de interesses - está aí um dos fatores que junto com a modernidade do instagram - me fizeram fugir desse espaço.
E já que o blog tem também o meu nome, a partir de agora, uma nova coluna vai surgir por aqui:
Vai Dani!
O assunto: cof, cof, cof - já que agora eu sou uma pessoa atleta saudável - mais cof, cof, cof, essa minha nova vida!
Todo mundo batendo palma, por favor!
Alimentação, corrida, suco verde, creme para redução de barriga, panqueca de whey protein.
Tudo isso e muito mais agora neste blog, só pra vocês, meus queridos!
Ah... e sobre os dias que eu desanimo de tomar banho às 23:30 depois de correr, sobre a vontade que eu tenho de comer pizza toda vez que vejo salada de alface com tomate (e o marido come a tal da pizza do meu lado!), sobre a arte de recusar coxinhas cremosas nos aniversários dos amigos das meninas, sobre todos os pensamentos que vêm a tona quando escuto "I feel so close" no último volume no quilômetro 7, sobre como não resistir à feijoada do final de semana ...
Enfim, não esperem foto do abdome sarado - isso vocês encontram de monte seguindo os blogs das saradas da moda!
Não que o meu não seja (ri alto agora!), mas aqui é real life!
Vem comigo?
Mudança de interesses - está aí um dos fatores que junto com a modernidade do instagram - me fizeram fugir desse espaço.
E já que o blog tem também o meu nome, a partir de agora, uma nova coluna vai surgir por aqui:
Vai Dani!
O assunto: cof, cof, cof - já que agora eu sou uma pessoa atleta saudável - mais cof, cof, cof, essa minha nova vida!
Todo mundo batendo palma, por favor!
Alimentação, corrida, suco verde, creme para redução de barriga, panqueca de whey protein.
Tudo isso e muito mais agora neste blog, só pra vocês, meus queridos!
Ah... e sobre os dias que eu desanimo de tomar banho às 23:30 depois de correr, sobre a vontade que eu tenho de comer pizza toda vez que vejo salada de alface com tomate (e o marido come a tal da pizza do meu lado!), sobre a arte de recusar coxinhas cremosas nos aniversários dos amigos das meninas, sobre todos os pensamentos que vêm a tona quando escuto "I feel so close" no último volume no quilômetro 7, sobre como não resistir à feijoada do final de semana ...
Enfim, não esperem foto do abdome sarado - isso vocês encontram de monte seguindo os blogs das saradas da moda!
Não que o meu não seja (ri alto agora!), mas aqui é real life!
Vem comigo?
Família Bolt reunida - pronta para o ataque!
sábado, 13 de abril de 2013
É o fim ?
Na madrugada de terça pra quarta, depois de levantar 3 vezes da cama, não mais consegui dormi.
Eram 4:30 da manhã e questões filosóficas existenciais bloguísticas invadiram meu pensamento.
Óhhhh!!!
Lembrei das noites em que perdi o sono escrevendo posts mentais para esse meu blog.
E pensei no tanto que o tadico estava aqui abandonado.
Seria o fim do "Dani, Marcão, Nina e Alice"?
Confesso que pensei em acabar com a brincadeira. Mas me deu um nó no peito. Eu gosto daqui, gosto de saber que as pessoas vêm aqui. Gosto mais ainda da idéia de que um dia as meninas irão ler o que escrevi.
Então por que eu sumi?
Sinceramente, acho que sucumbi ao mundo moderno, onde imagens e frases curtas parecem mais importantes que um post longo sobre uma viagem bonita.
De uns meses pra cá, postar foto no instagram me pareceu mais interessante do que vir aqui contar que a Alice desfraldou.
Todos aqueles efeitos retrô, todas as hastags, todos aqueles montes de coraçõezinhos.
Todos os 30 comentários.
Não resisti. Fui seduzida.
E teve dia, pasmem, que eu nem lembrei desse blog.
Até que, na calada da noite, despertei com uma vontade imensa de escrever. De voltar.
E foi aí que eu percebi que uma coisa completa a outra.
Uma história ilustrada é bem mais divertida do que só uma imagem com legenda bonitinha e curta.
Não basta mostrar isso aqui:
Tenho que dizer que esta foi uma das viagens mais incríveis que a gente fez e que é impossível não olhar essa foto e não se sentir abençoado.
Ou isso:
Isso e isso:
Sem dizer o quanto essas meninas enchem minha vida de alegria, de noites sem dormir, de frases engraçadas, de choro, de emoção, de cansaço, de amor, muito amor, de vida.
E de mais um monte de coisa! De histórias que precisam ser contadas!
Nem que seja apenas para mim mesma.
Sinceramente, acho que sucumbi ao mundo moderno, onde imagens e frases curtas parecem mais importantes que um post longo sobre uma viagem bonita.
De uns meses pra cá, postar foto no instagram me pareceu mais interessante do que vir aqui contar que a Alice desfraldou.
Todos aqueles efeitos retrô, todas as hastags, todos aqueles montes de coraçõezinhos.
Todos os 30 comentários.
Não resisti. Fui seduzida.
E teve dia, pasmem, que eu nem lembrei desse blog.
Até que, na calada da noite, despertei com uma vontade imensa de escrever. De voltar.
E foi aí que eu percebi que uma coisa completa a outra.
Uma história ilustrada é bem mais divertida do que só uma imagem com legenda bonitinha e curta.
Não basta mostrar isso aqui:
Tenho que dizer que esta foi uma das viagens mais incríveis que a gente fez e que é impossível não olhar essa foto e não se sentir abençoado.
Ou isso:
Isso e isso:
Sem dizer o quanto essas meninas enchem minha vida de alegria, de noites sem dormir, de frases engraçadas, de choro, de emoção, de cansaço, de amor, muito amor, de vida.
E de mais um monte de coisa! De histórias que precisam ser contadas!
Nem que seja apenas para mim mesma.
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