quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

História de terror

Cinco e vinte da manhã. 
Milagrosamente Alicinha dorme até o momento sem acordar nenhuma vezinha que seja.
Tudo escuro.
De repente o silêncio é interrompido por uma voz que diz:
5:20 - hora de acordar
5:20 - hora de acordar
5:20 - hora de acordar
5:20 - hora de acordar
Que qué isso?
Que porcaria de voz é essa?
Hora de acordar o quê?
Saltei da cama!
Foi sonho?
Fui até o quarto das meninas e elas dormem bonitinhas da silva.
Voltei pro meu quarto meio zonza. Tentei acordar o marido, em vão.
Deve ter sido sonho. Pesadelo. Sei lá.
Ajeitei minha cabeça no travesseiro de plumas delicinha, pensei que eu estava ficando doida mesmo, fechei os olhos e engatei no sono.
Não deu tempo nem de fechar o segundo olho e lá vem a voz metálica aterrorizante de novo:
5:40 - hora de acordar
5:40 - hora de acordar
Em um segundo já tava no quarto de brinquedo procurando a (filadap...) da boneca que tava fazendo aquilo comigo!
Desde quando boneca vem com despertador Brasew? Heim? Heim?
Mas não deu tempo. Logo a voz se calou.
De madrugada, no meio da escuridão do quarto de brinquedo, rodeada por bonecas descabeladas (algumas sem cabeça) foi impossível não lembrar do Chuck, aquele brinquedo assassino. 
Mas não senti medo não. Tava tão nervosa e com tanto sono que eu queria mais era esganar o dono daquela voz!
Fechei a porta do quarto (pra tentar abafar o barulho) e fui pra cama.
Tentei dormir.
Tentei dormir.
Por três vezes tentei dormir.
Às 6:00 da manhã o galo cantava do lado de fora e dentro de casa a voz de novo me lembrava que era hora de acordar...
Imediatamente lembrei do computador da Barbie. Sim! Só podia ser ele! Porque o negócio já tava velho (era da Ciça) e tinha tomado chuva, por certo, tava dando piti.
Abri o brinquedo e procurei, procurei, procurei a função despertador. 
Não tinha a função despertador.
Nem nada parecido.
Voltei pra cama as 6:10 e, adivinhem que apareceu às 6:20? E às 6:40? 
Esse foi o último horário que ouvi o tal do "hora de acordar". 
Depois adormeci.
Sonhei que a Ivete Sangalo era minha amiga e que a gente estava no maio papo. Bem "Best Friend Forever" mesmo.


PS: na hora do almoço contei essa história pra Selma, a babá das meninas. Pedi pra ela me ajudar a encontrar o brinquedo que fez aquilo comigo a noite. Rindo, rindo muito, ela me disse que tinha esquecido o celular dela lá em casa e que tinha vindo dali a voz metálica da "hora de acordar". Bonito!!!!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Qualquer semelhança é mera coincidência

Mãe estaciona o carro na porta do supermercado, perto das 19 horas de ontem. Diz sorridente e empolgada para as filhas que estavam ali apenas para comprar umas frutinhas. Promete rapidez!
Ninguém quer descer do carro. A Filha 1 diz que está com sono, que quer dormir, mas não consegue e buáááááá!!!!
A Filha 2, acompanha a negativa, dizendo "Não quelo! Quelo o "lelógio do sapo"...buááááá!!!!
Puxa daqui, explica dali, pega o relógio do sapo, conta que o coelhinho da páscoa vai estar no mercado.
Infalível!
Todas descem.
Mãe coloca a Filha 2 na cadeirinha do carrinho e pendura a Filha 1 na borda. Respira, faz o nome do pai mentalmente e entra.
Primeira parada: flores. A Filha 2 pega rosas pink. A Mãe pega outro maço de rosas rosas e entrega para a Filha 2, toda empolgada, pensando no lindo vaso que teria em casa. Filha 2 chora, quer rosa pink, feito a irmã. Mãe devolve as rosas rosas. Pega as pinks e entrega para a criança, que, em 1 minuto, arranca todas as pétalas das flores. 
Segunda parada: frutas. Cadê a cereja que estava em promoção? Procura e não acha. Reclama. Espera o funcionário ver se tem mais. Filhas descem do carrinho. A emoção vai começar. Correm entre abacaxis e laranjas. Colocam abacate no carrinho. A Filha 2 se joga na cebola. A filha 1 diz que encontrou limão. Mãe pede para a Filha 1 ajudá-la com a irmã mais nova. Ela pega a mão da irmã e juntas vão ver os peixes. A distância é pouca. Dá pra ficar com um olho na cenoura e outro lá no camarão. As meninas correm e vêm contar que viram um tubarão. Pedem para a Mãe ir vê-lo também. Ela abandona a abobrinha e acompanha as meninas. Sim, há um tubarão desenhado na parede. Deixa as crianças por lá e corre pra ver se as cerejas chegaram.
Frutas no carrinho. Vamos às carnes.
As meninas se divertem entre as prateleiras. Brincam de esconde-esconde. 
Quando passam pelos sucos de caixinha querem beber.
Mãe explica, mas não convence. O personagem do desenho animado estampado na caixinha é mais poderoso (odeio!). Quinze minutos para escolher o sabor. De uva, como sempre. Enfiam o canudinho e tomam t-u-d-o. Elas estavam com sede, se culpa a Mãe (já nem mais lembrando da sacanagem das agências de publicidade!).
Pega frango. Pega peixe.
Pega macarrão. Manteiga.
E, mais uma vez, reclama por não ter encontrado o leite condensado da promoção.
As meninas sentam no meio do corredor e fazem um pic-nic com seus suquinhos (os segundos, óhhhh!!!).
A Filha 1 pega iogurte, aquele mesmo que vale por um bifinho.
A Filha 2 chora e também quer uma bandeja inteira só pra ela. Não, brada rigorosa a Mãe.
Buááááááá, brada rigorosa a Filha 2!!!!
A Mãe cede, em nome do bem estar dos passantes e da pressa para chegar em casa.
De repente elas somem. 
Cadê, cadê?
Com o coração palpitando ela grita, alto e forte, o nome das filhas.
Nada.
Mais alto dessa vez! Feito doida correndo entre as prateleiras.
Filha 1 aparece carregando um tubo de pasta de dente da Barbie e a Filha 2, um da Galinha Pintadinha. Que bonito!
Querem escovar os dentes ali mesmo.
Ah...não, aí já demais.
Bota de volta as duas no carrinho. Faz um sermão daqueles que deixa um silêncio no ar e seguem pro caixa, grazadeus.
Filas. Mais filas. Caixa preferencial? Teria direito a isso? Sem criança de colo?
Prefere aguardar.
Vinte minutos depois, e dois "kinder ovos" depois, e dois "tic-tacs" depois, e dois "gibis da Mônica" depois, e, e, e, chega a sua vez.
Coloca as meninas de volta ao chão. Delimita um espaço e diz: só aqui tá!
As crianças olham de volta para a Mãe e, por certo, pensam: cê tá de brincadeira, né?!
Recomeça a correria.
Encontram um cachorro. Brincam com ele. Brincam de pega-pega. 
Opa, alguém caiu.
Fazem careta de "lelo lelo lelo".
Se apresentam para todas as pessoas: Oi eu sou a Filha 2 e aquela é minha imã, a Filha 1.
Fazem uma barreira na porta de saída do supermercado. Só sai quem falar a senha correta.
Mãe não aguenta e ri, feito as funcionárias dos caixas.
Acomoda tudo na caixinha de papelão.
Seguem para o carro.
Tranca as meninas dentro do veículo antes de guardar as compras, não sem antes encostar na lataria e soltar um "ufa!".
Todas dentro do carro, de volta pra casa.
Mãe liga o rádio e toca uma música animada. Um remix de "Pride" do U2.
Faz um dueto com o Bono e solta um "in the name of love".
Estranha o silêncio vindo do banco de trás. Será que esqueceu alguém?
Olha desesperada para trás.
Não, elas não estavam dormindo.
Tinham aberto a caixa de bombom (que, vai saber como foi parar ali) e estavam se jogando no chocolate, bem na hora do jantar.
E limpando as mãos nas cadeirinhas, nos bancos, no estofado do carro.

Fim.

PS: voltei, gente! Feliz 2013, super atrasado, pro ceis tudo! Besos!




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