E eu engravidei de novo e vi a luzinha da 2a. chance brilhar.
A minha segunda filha será amamentada até quando ELA quiser. E ponto.
Vai ser tudo fácil, como foi com a Nina, pensei: logo que nasceu veio pro peito, pega perfeita, bebê sugando que é uma maravilha, leite descendo rápido, peito cheio.
Certo?
-BUUUUUUUUUUUUUUUU de novo!
Não, com a Alice, o começo não foi tão bonito assim.
Vem comigo.
Quando tive a Nina fiquei quase que 20 horas em trabalho de parto, e, apesar de ter feito cesária, acho que pelos hormônios, a chegada do leite foi bem tranquila. Tudo nos "conforme".
Já com a Alice a bolsa rompeu às 07 da manhã e às 8:30h ela já tinha nascido, de cesárea again.
A Nina nasceu num sábado à tarde, então foi fácil colocar um exército de plantão no berçario para evitar que as enfermeiras descem leite artificial ou água glicosada para ela, as famosas "chuquinhas".
Alicinha chegou, chegando, numa segunda-feira cedo, primeiro dia de aula da Nina na nova escola. Não contei com o exército dessa vez. Minha irmã estava trabalhando, minha mãe e o Marcão cuidando da Nina. Então, sei que deram Nan pra ela, apesar de eu ter pedido o contrário.
Quando ela veio mamar pela primeira vez não estava lá muito afim, mesmo porque, não saia nada do peito.
Eu apertava, espremia o bico e cadê o colostro?
Fui pra casa 36 horas depois do parto e a situação continuava igual.
Nessa época contratei duas enfermeiras pra me ajudar durante à noite. Uma delas, sempre estava com a mamadeira pronta do meu lado, dizendo "ela está com fome, vamos dar um leitinho pra ela, seu leite ainda não desceu".
Foram duas noites seguidas ouvindo isso e dando fórmula.
No terceiro dia, surtei. A situação estava tão crítica que Alice até se curvava pra trás recusando o peito e chorava. E eu, chorava mais.
Liguei pra pediatra e ela pediu para que uma enfermeira, especialista em amamentação, fosse até em casa me ver.
Ela pediu para eu amamentar Alice. Apertou meu peito e jorrou leite (colostro) nela. Disse que a pega era ótima e que a pequena estava confundindo os bicos. Mandou retirar, de uma só vez, a mamadeira e dar peito uma, duas, três, 24, 45 vezes por dia.
E assim fiz.
Ela chorou muitas vezes. Recusou mamar outras. Dormiu com fome.
Mas eu não cedi.
Num dia de caos, recebi a visita da pediatra em casa (vantagem de ter escolhido uma pediatra amiga de adolescência!). Ela me disse que viu muitas mães passarem "funchicórea" no bico do peito para ajudar o bebê "pegar" a mama e que não via problema se eu fizesse isso para estimular a pequena a sugar, desde que não durasse pra sempre.
Luz, minha gente, luz.
A tal da "funchicórea" salvou a amamentação da Alice.
Era só colocar o pó docinho no bico e ela grudava. Não passava em toda mamada não. Só quando via que ela não iria pegar mesmo.
Três dias depois, já não usava mais. Alice mamava que era uma beleza!
No primeiro mês engordou 50 g por dia. Uma graça.
No segundo, 30 g.
No terceiro, 20 g.
Sinal de desespero?
Que nada! A nova pediatra, já consciente da minha vontade de amamentar ever e sabendo da história da Nina, me incentivava a cada consulta.
Neste terceiro mês, quando o ganho de peso não foi lá essas coisas, sabe o que ela me disse? "Relaxa, Dani, é normal ela ganhar menos peso agora, afinal, está mais ativa, se exercita com frequência e gasta mais calorias. Ela está ótima!"
Palavrinhas mágicas.
Desde então, Alice engorda, em média 500g ou 600g por mês.
Pesou na última consulta, 6.100 kg, com cinco meses.
Ri o dia inteiro (ai, fiz um védeo dela gargalhando pra Nina que é um "cute"só!), come as mãos sem parar, grita "aaaaaaaa" e "iiiiiiiiiii", fala angu, tosse pra chamar nossa atenção, adora pegar os pés e está quase conseguindo chupar o dedão do pé, rolou na semana passada.
E mama, minha gente, exclusivamente no peito, até agora.
Bom né?!
(
continua amanhã...(ou depois de amanhã...) com o capítulo, "o que eu achei disso tudo")